04 setembro 2007

luto...

Na noite desta segunda-feira recebi um duro golpe. Não no fígado, nem na cara muito menos no estômago. Mas sim no coração. A Rádio Clube B2 - AM 1430, terceira rádio fundada no Brasil e a primeiríssima do Paraná foi vendida.

Isso, nos tempos de crise financeira e coisa parecida, poderia até ser considerado normal. Contudo, a idéia dos novos donos de enterrar uma das mais tradicionais marcas radiofônicas do país me irrita, me constrange, me enoja e me revolta.

Pelo que soube, de fontes segura de quem está sentindo na pele essa mudança brusca, os novos donos vão centralizar toda a programação em São Paulo. Pelo menos por equanto. Esta idéia me causa náuseas e ao mesmo tempo preocupação, já que toda a equipe de jornalismo e todos os radialistas devem perder seus empregos. Mais um espaço, entre os poucos que existem para o jornalismo, é fechado.

Não consigo conceber a idéia de ver morrer a "Turma do Bate-papo", a "Revista Matinal" e o programa "Os repórteres". A melhor e mais completa cobertura das eleições, vestibulares e grande acontecimentos SEMPRE foram da rádio Clube. Uma bandeira em defesa do bom radialismo e um motivo de orgulho para os paranaense. Morreu e será enterrada sem dó e nem piedade.

Não tenho muito o que fazer, infelizmente, a não ser lamentar.


Por fim, digo que sempre tive um sonho na minha carreira de radialista e repórter esportivo, mas como vocês devem ter percebido, NUNCA mais poderei realizar. Pode até soar trágico, mas morrerei com a frustração de nunca ter realizado o sonho de trabalhar na Rádio Clube Paranaense.

estou triste... e de luto.

3 comentários:

Missionário Elêge disse...

DUDU...

Morrerei não, morreremos! Eu, com essa voz maravilhosa de taquara rachada que deus me deu, tinha também esse sonho de trabalhar lá. Porém, ironia ou não, a morte foi anunciada por justamente quem salva. Quando o Reginaldo Manzotti, o tal padre assuniu a rádio, alguns nomes foram embora, e outros tantos já sabiam que iriam.

Foi apenas a questão do tempo. Para a igreja, não importa mesmo, aliás, jornalismo, feito com amor e emoção, nunca importaram. Nunca mesmo.

Somos saudosistas, nobre, fazer o que a não ser sobrer calado?

No Paraná, as empresas são assim mesmo, marcam gerações e somem...

Lamentável...

Abraço...

Ps.: Nunca fui católico, mas adorava ouvir o Peter Junior com seu Revista Matinal e o galo Fredy, depois vinha a oração do Frei Miguel, que me emocionava todos os dias e o ex-sangrento Algacy. Isso tudo, já tinha mudado bastante...

Parabens pro Reginaldo... Que com o dinheiro da venda, ele consiga ajudar muitos necessitados. Afinal, igreja é negócio???

Anônimo disse...

Dudu, eu também gostaria de trabalhar na Clube. É um saco ver que a vida passa, histórias são contadas e os grandes feitos são esquecidos. Que pena que isso aconteceu. E tem gente que derruba árvores cara, faz transporte ilegal de madeira, engana a fiscalização. Estamos mesmo numa barca furada e são poucos que se esforçam para esvaziar o balde. Vamos demonstrar nossa indignação, quem sabe assim as pessoas acordam...

Anônimo disse...

dudu, vivemos tempos outros, logo estaremos ouvindo transmiss�o de algum campeonato regional chin�s de futebol... em chin�s! belo texto, caboclo. belo blog. preciso ser mais ass�duo a ele. abra�o.