29 setembro 2006

matinhos beach - cap. final (política)


Esse cartaz estava em uma das sacadas da praia de Guaratuba. Podia resumir toda a campanha eleitoral 2006, porque o que tinha de caboclo chato na praia no feriado de 7 de setembro era brincadeira.

Depois do fim do horário eleitoral e após os debates da Globo ficou uma sensação de vazio. Não sei bem porque, mas acho que essa campanha foi a mais sem graça que já presenciei. Nos debates, como sempre, o Requião deu o seu show... ninguém sabe debater no Paraná... Esta é a oposição mais fraca que já vi. Os caras tinham um caso como o do Rasera nas mãos... e não fizeram NADA. Meu Deus... no debate o Osmar Dias teve duas chances de abordar o assunto, mas nada fez. Tocar no assunto em horarios eleitorias, sem chance de réplica do adversário, é MUITO fácil. Outra... a pergunta era sobre Funcionalismo Público... e ninguém perguntou sobre o Nepotismo para o Requião... não entendo mais nada.

Já no debate dos presidenciáveis, o Lula escapou de uma boa. Se tivesse ido ao confronto, como eu acho que deveria, ia tomar paulada de tudo quanto é lado. Ficaram os outros três trocando gentilezas e sendo "políticos"... chegou até a irritar. Bonito mesmo, de coração, foi ver a Heloísa se emocionando na hora de dar "tchau lilica". Gosto da HH... mas não vai dar pra ela.

Acho que o negócio é votar no Pedro Lauro para deputado federal... CA$$INOS no Brasil hehehe.

... e segue o baile.

22 setembro 2006

haikai II

SEMPRE
conserve são
o louco
que vive
em ti

18 setembro 2006

o direito ao FODA-SE

Sinceramente não sei se o texto é mesmo de autoria do Millor Fernandes, mas esse é o crédito que veio nele. Eu já o conhecia, mas tornei a recebe-lo hoje através da minha mãe (é, aquela mãe mesmo... que tem uma tatuagem. Uma não... duas hehe). É hilário... tenho certeza de que todo mundo já usou uma dessas palavrinhas para resumir um sentimento. Divirtam-se.

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.

"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não''! E tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade ''Não, absolutamente não!'' o substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porranenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!". Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do ''foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta.". Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!".

O direito ao ''foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e FODA-SE. Millor Fernandes

... e segue o baile!

14 setembro 2006

matinhos beach - cap.02

Bem... voltando ao assunto Matinhos Beach. Depois da história sobre o senhor Esterlio, trago para vocês um causo não menos curioso que o do cabo eleitoral do candidato Gomyde.

Passeando com meu possante pela selvagem Aveninda Atlântica, pude ver diversas coisas curiosas e presenciar fatos pitorescos. Em um destes casos avistei dois ou três moçoilos- de-peitos-nús, lei-a "Tigrada sem camisa" distribuindo adesivos da candidata a deputada federal Renata Bueno.

Para quem não sabe, a senhorita Renata é filha do insistente candidato a governador Rubens Bueno. Enfim... Os caboclos distribuíam adesivos para as raparigas transeuntes no calçadão, mas, da mesma forma, esticavam seus braços seboros e tatuados para entregar o "mimo" dos adesivos aos motoristas.

Até aí, tudo normal. Quando eu passava por um dos quebra-molas da rua, um dos piás esticou o braço e me entregou um dos adesivo da candidata, entre os muitos que ele segurava. Até, de novo, tudo normal. Só que junto com o adesivo veio uma frase no mínimo curiosa: "Aí parceiro! Não vota nela não. Essa Renata é mó nojenta".

Não sei bem o que pensei na hora, mesmo porque o riso era incontrolável, mas no mesmo instante lembrei do Senhor Esterlio e seu "candidato" Ricardo Gomyde (para quem não lembra, leia o post alí embaixo". O que está havendo? Será que a situação está tão ruim assim que nem os cabos eleitorais acreditam em seus candidatos? Claro que não... sei que o senhor Esterlio falou aquilo de coração, mas o cara que me deu aquele adesivo da Renata Bueno no mínimo era um frustrado que que não conseguiu alguns minutos de prazer com ela.

Mas sei lá... dá pra perder uns 48 segundos pensando nessas duas situações.

Adesivos, parte 2.

Só pra eu não esquecer. Passeando por Guaratuba ganhei outro adesivo de um grupo de cabos eleitorais do Requião. Divertido foi ver que nos adesivos constava o nome de Hermas Brandão como vice de Requião. O TRE anulou a coligação PMDB/PSDB há semanas, mas mesmo assim os adesivos estão nas ruas... será que faltou dinheiro para novos adesivos? hehehe... na verdade os velhos encalharam... (sem qualquer referência aos cabelos brancos do Hermas).

... e segue o baile.

haikai...

A merda
é que você
fede

11 setembro 2006

matinhos beach - cap. 01

O primeiro capítulo dessa história conta a história do sábio Senhor Esterlio.

Logo que cheguei na controversa Matinhos Beach, que mistura veranistas em busca de paz com aventureiros atrás de agito, fui dar uma volta pela cidade.

Movimentada por causa da MatinFest (evento que reuniu apresentações culturais, shows e comidas típicas) e pela enxurrada de cabos eleitorais dos mais variados tipos, a cidade litorânea estava, por incrível que pareça, atraente. Pelo calçadão principal estavam dispostas “mesas de botecos” em todos os espaços livres. Era difícil até para andar. No passeio tive a agradabilíssima companhia dos meus amigos Tina e Tino, além de minha mãe e minha vó. Mergulhamos naquele mar de gente.

Lá pelas tantas, na entrada de um espaço onde expositores mostravam produtos artesanais fabricados na região, me deparei com um senhor de baixa estatura e bem vestido. Nas mãos, o senhor de nome curioso, Esterlio, tinha um maço de jornais que continham propaganda política do candidato a deputado federal Ricardo Gomyde. Com um sorriso nos lábios me ofereceu um exemplar.

Tal fato não teria muita importância se o gesto do senhor Esterlio não viesse acompanhado de uma frase que resume grande parte dos políticos brasileiros. Sem nomear ninguém, já que não tenho embasamento de provas para tal, mas o que aquele senhor com seus 60 e poucos anos disse devia ter me deixado com vergonha, não ter me feito rir.

“Vote nesse guri aqui. Ele é muito bom. É jovem... e AINDA não aprendeu a roubar”.

Não é o Gomyde o foco da questão. É a história política do Brasil que me preocupa. Foi isso que motivou o senhor Esterlio a proferir tais palavras.

É uma verdade, que devia nos envergonhar, mas que nos faz rir.

e como eu ri...


(ps. só uma explicação, não que eu precise fazer isso. Não tenho absolutamente nada contra o Gomyde, pelo contrário. Acho que é um cara novo que ainda pode crescer. Espero.)

09 setembro 2006

prévia...

Meus caros... tenho algumas imagens interessantes e informações curiosas sobre minha atual aventura em Matinhos Beach. Mas... esqueci, pra variar, o cabo da minha máquina fotográfica. Assim fica complicado a dar a dinâmica que eu gostaria de dar a esse blog. Enfim... posso garantir que a enxurrada de aventureiros políticos é no mínimo nauseante.

Aguardem com fé... abreijos... segue o baile.

02 setembro 2006

"eu volteeeei. agora pra ficar"

Minha gente... e não é que o homem está vivo, e ainda por cima serelepe? A Folha de São Paulo Online publicou uma matéria hoje (sábado) falando que o ex-presidente Fernando Collor de Mello está na disputa por uma vaga no senado de Alagoas.

Olha que acho que ele tem muita chance de ganhar hein? Não se esqueçam que para a prefeitura de Maceió ele quase levou.

Collor estréia no horário eleitoral e pede para não ficar só

O candidato ao Senado Fernando Collor de Mello (PRTB) estreou hoje no horário eleitoral gratuito de Alagoas com velhos bordões da época em que foi presidente da República. Ele iniciou sua fala com o "minha gente" e encerrou pedindo ao eleitorado: "Não me deixem só".

Com espaço de 25 segundos diários, o programa de Collor hoje foi o último a ser exibido no bloco da tarde do horário eleitoral de TV.Apesar do tempo escasso, ele conseguiu dizer que hoje era o dia do reencontro dele com o "povo, com a esperança e a fé" e que decidiu disputar a vaga para o Senado por insistência de seus aliados. Leia a matéria completa no site da Folha Online.

É meus irmãos... como diria Humerto Gessinger, "Os tempos são outros, os erros os mesmos".

abraços e... Segue o baile.