30 março 2009

papo de busão IV (?)

Personagens:

Jão, motorista da linha Detran/Vic Machado, 40 e poucos anos. Zé, cobrador, 60 ou 70 e poucos (não sei, porque os negros não envelhecem)

Assunto:

Educação infantil

A conversa:

Jão - Essa juventude tá perdida mesmo
Zé - Tá mesmo. No meu tempo não era assim
- Pois é...Hoje ninguem respeita ninguém e os pais são apenas considerados colegas das crianças... e colegas distantes, nem amigo são
- É... Graças a Deus acabei de criar minhas filhas faz muito tempo. Hoje estão bem e não precisam mais do pai
- Pois olhe... não é fácil não. Hoje as mulheres não se tornam mais mães de família. Donas de casa. Estão tudo perdidas por aí
- Ninguem segura mais né
- Deixa eu te contar. Dia desses cheguei em casa lá pelas 19h e minha mulher veio que dizer que a guria não tinha vindo da escola.
- Vixi, é mesmo?
- Pois então...peguei o carro e fui atrás, rodando o bairro todo. Encontrei ela, com mais duas amigas e uns 4 pias conversando e se divertindo, enquanto eu e a mãe dela estávamops lá preocupados...
- E aí?
- Aí que botei ela para dentro do carro na bordoada. Ela xispou para dentro quietinha para não levar no lombo.
- Ah mas não precisa disso.
- Não? Pergunta se ela fez isso outra vez? Fez nada... nunca mais. Onde vai avisa e só chega em casa no horário. Dá até gosto de ver. Se deixar frouxo, eles montam na gente
- Mas eu criei minhas filhas sem nunca ter relado a mão delas
- Mas se merece tem que levar umas palmadas mesmo
- Acho que não precisa. Precisa de Deus e de uma boa conversa. Hoje todas trabalha e são muito bem casadas, com homens bons e trabalhadores.
- Acho tudo isso muito bonito, mas meus filhos eu crio assim. E tá dando resultado. A menina tá namorando um rapaz bom também. É cabeludo, mas trabalha bastante (Nota do blogueiro: hahahahaha Cabeludo, voces sabem, para mim "é tudo viado")
- Cada um é cada um né? Voce pensa assim e tomara que tuas filhas não te envergonhem um dia
- Nunca... se saírem da linha, a gente conversa beeeem de pertinho.
- Deus te ouça. Somos pais orgulhosos então
- Somos sim, cada um do seu jeito.


xxx

Pois olhem. Eu achoq ue cada um tem um pouco de razão. Mais o zé, do que o jão. Acho que umas palmadas podem fazer parte da educação de uma criança. Eu levei algumas e não virei bandido por causa disso e nunca desrespeitei meus pais.

Mas família, Deus e conversa, são ingredientes indispensáveis.

Cada um é cada um, mas dá tristeza de ver o quão mal educados estão os jovens de hoje em dia. Ninguém cumprimenta, se despede, agradece, é gentil. Não custa nada, NADA, ser educado e dar um sorriso. Isso abre portas que você nem imagina.

O post de hoje mostra o quão velho o Tio Simprão está ficando. Mas fico deveras preocupado de pôr um ranhentinho no mundo... um lugar sem respeito, caráter e amor.
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24 março 2009

linha "vermelha" (de raiva)

Quando a idéia da Linha Verde surgiu, ainda com o nome de BR Cidade, achei maravilhosa. Seria uma revolução urbana com proporções semelhantes as que o ex-prefeito Jaime Lerner proporcionou à cidade em seus mandatos.

O principal objetivo era criar um eixo de transporte público entre as regiões norte e sul da cidade, além de acabar com os constantes congestionamentos na região, principalmente no final da Augusto Stresser, no trevo da Puc, na Marechal Floriano e no Xaxim. A construção de trincheiras e viadutos, com a consequente retirada dos sinaleiros, que eliminaria o trânsito lento.

Mas, oque os gênios da nosso adminsitração pública fizeram? Ao invés de construir os viadutos e trincheiras, e tirar os sinaleiros, os desgraçados enfiaram uma dezena de semáfaros a mais. No trecho entre a Puc e o Xaxim, onde antes haviam quatro sinaleiros, existem pelo menos OITO. É uma conta fácil, meu Deus do céu. os sinaleiros FODEM o trânsito e os caras, ao invés de elliminálos, MULTIPLICARAN-NOS.

É uma senhora palhaçada.

Sei que todo mundo já se "apercebeu" disso, maseu tinha que me expressar e perguntar? Quem foi o jegue que projetou esse absurdo que é a Linha Verde? Quem passa por ali nota facilmente que o asfalto ficou bom (não ótimo, pois existem muitas ondulações e, pasmem, remendos), mas o trânsito PIOROU MUITO.

Eu tenho uma teoria. O nosso prefeito, sabiamente, deixou as trincheiras e os viadutos para um segundo plano... leia-se para concorrer ao governo do Paraná e ter um trunfo nas mangas. Ele nem precisaria disso, mas acho que como por mágica, as trincheiras e os viadutos irão surgir como proposta de campanha para acabar com o caótico trânsito da Linha Verde.

Além disso, com as distrações que serão geradas pela Copa do Mundo, devem atrasar, e muito, a chegada da Linha Verde ao seu trecho final, bem próximo da casa dos meus pais e da minha futura moradia.

O que vocês estão achando dessa nova avenida?

19 março 2009

arlindão manda muito...

Gosto um bocado de samba. Desde o de gafiera, até o samba canção. Cartola, Miltinho, Ataulfo Alves, João Nogueira, entre outros. Dois caras que admiro muito e que fazem muito bem aos meus ouvidos são Arlindo Cruz e Sombrinha.

É um samba gostoso, bom de se ouvir, de se cantar, de se sambar. Letras bem humoradas, com histórias, bem escritas e fiéis a um mundo que talvez nem exista mais, mas que nos jogam nos braços do saudosismo.

Com 30 anos de carreira e com suas músicas gravadas mais de 550 vezes por diversos artistas, como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Jorge Aragão, Almir Guineto, Alcione, Maria Rita, Rappin Hood, Marcelo D2 e muitos outros, Arlindo Cruz virou pop. Tanto que a MTV lança em abril o CD e DVD “MTV ao Vivo Arlindo Cruz”.

O programa vai ao ar pela MTV dia 17 de abril, as 22h30. Confesso que há tempos larguei mão da MTV, um pouco seduzido por otras atrações da TV a cabo, mas muito pela qualidade do canal, que a meu ver caiu muito. De qualquer forma, volto a dar audiência para elas só para prestigiar o Arlindão.

Samba da melhor qualidade, com o selo de aprovação do Simprão. Bah... vê se pode.

Perguntas: Vocês gostam de samba? Já ouviram Arlindo Cruz? Ouçam (a internet, o youtube e e-mule estão aí para isso). Depois me contem o que acharam.

Segue um exemplo ai embaixo...

03 março 2009

tijolo na sapatilha...

Para o pessoal da astrologia, existe o tal de Inferno Astral. É um período em que só acontece cagada na vida do caboclo. Eu não sou muito de acreditar em horóscopo, astrologia e afins. Sou daqueles que acredita quando as previsões são boas, se é que alguma vez elas não são.

De qualquer forma, eu acreditando ou não, os dias que antecederam meu aniversário foram uma bosta, em sua grade maioria. Desde pequenas coisas, até um furo no meu orçamento por problemas com o meu carro. Esperei, ansiosamente, que o período de desgraças passasse e hoje acredito que tudo está mais calmo. Ainda sinto o reflexos do conserto do carro, mas vou me recuperando.

O problema é você se deparar com desgraças ainda maiores e aí se dar conta de que aquilo que você julgava serem problemas, não passavam de pequenos contratempos.

Dia desses saí tarde da firma. Isso acontece quando vamos fazer os jogos durante a noite. Como não existem ônibus circulando com frequencia depois da meia-noite, ganhamos um vale-taxi para ir para casa.

Proseando com o motorista, pude perceber que aquele ditado (desgraça pouca é bobagem) tem muito sentido. Minutos antes de me apanhar no jornal, o cara tinha sido assaltado por dois "meliantes". Os caras, bem vestidos, educados e "faladores", pediram a corrida até a região da Sanepar, perto do parque dos Peladeiros. Na hora de acertar a corrida, cano no pescoço e assalto anunciado.

Todo a grana arrecadada na noite árdua de trabalho foi levada, além dos costumeiros R$ 80ão que se usa para troco. Dois celulares e um relógio. Os bandidos, simpáticos, falaram que o cara podia ficar tranquilo que eles nao fariam nada que o machucasse. Tentaram levar o GPS que o taxista tinha no carro, mas atendendo aos pedidos do profissional do volante (que é novo n serviço e ainda não conhece a cidade direito) deixaram a ferramenta de trabalho. "Pior, tive que agradecer aos caras por nao terem levado o GPS. Pior ainda, quando eles iam saindo disseram que a vida está difícil e por isso eles tem que roubar".

Mesmo com marca do cano do 38 no pescoço e pernas que mal apertavam o acelerador, o valente taxista foi para a lida. Ignorou as recomendações da "central" e foi tentar recuperar o que foi perdido. Vida dura, vida difícil.

Enquanto me contava essa história, o cara me dispara essa: "Porra... ainda por cima minha mulher me largou essa semana". Puta que o pariu. O cara tava muito fodido. Disse também que dias antes gastou uam grana porque o carro quebrou. Lamentou a dificuldade de levar comida para casa e mimos para o filho (de outro casamento frustrado) e da saudade da mulher que o abandonara dias antes.

Depois de tudo isso, vejo que a pedrinha do meu sapato, pode ser bem menos relevante que o tijolo na sapatinha dos outros.

Reclamar é fácil. Lamentar também. E dar a volta por cima?
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