13 fevereiro 2009

realizações...

Tá, tudo bem. Ainda não fiz um filho. Mas, pelo que pede a sociedade, sou quase um homem completo e realizado. Já plantei uma árvore (Uma não, várias árvores. Aliás, a última delas - que nem árvore é - já deus seus frutos, como vocês bem podem ver ao final deste texto) e escrevi um livro (não exclusivamente meu, mas já tive poesias publicadas em um, co-escrevi outro com vários ex-colegas de faculdade, além de publicar matérias todos os dias. Aliás, para jornalista de imprensa diária, é quase que uma sacanagem lhe cobrar a autoria de um livro. Fazemos isso por ofício, todos os dias. Cada matéria é um capítulo das nossas ou das vidas de alguém) .

Essa semana, depois de alguns meses de ansiedade, consegui realizar outro sonho. Graças a ajuda fundamental da minha amada noiva Daniele (e, mais importante do que TODOS, meus pais. Além de me proporcionarem a chance de respirar e poder gozar os prazeres da vida, nos ajudaram financeiramente. Sem eles, esse sonho não seria possível), compramos nosso teto. Lugar lindo, do jeito que sempre quis, para começarmos uma vida. Não tem o luxo que você pode imaginar, nem é num bairro nobre da capita, mas é o nosso canto. Ninguém nunca vai nos poder tirar o direito de dizer "nosso canto". Nosso, mas que é nosso no sentindo muito mais amplo do que o casal. É dos meus amigos, da minha família. É de quem eu amo e respeito.

Dali sairão muitas histórias para contar, muitos "causos", muitas fotos, muitas lembranças. O começo de tudo... de uma história de amor familiar. Certamente fonte de inspiração para muitos textos que aqui compartilharei com aqueles que me prestigiam. Aliás, fiés amigos que me dão a honra de passarem por aqui diariamente.

E, para os que lerem esse texto, digo: Ai de vocês se um dia, dentro da minha casa, pedirem para, por exemplo, abrirem a geladeira, pedirem licença para ir ao banheiro, para abrir um guarda-roupas, ou qualquer tipo de formalidade. Não os perdoarei. Minha casa, é sua casa.

Deixem estar... o tempo dirá. Sou um homem feliz.




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09 fevereiro 2009

privacidade...

E a nossa privacidade? Definitivamente ela deixou de existir com a aburda expansão da internet. Não nos sentimos mais sozinhos nesse mundo em momento algum. O fenômeno Google acabou com nossa tentativa de sermos discretos ao comentar uma receita de bolinho de chuva em site de culinária, sem que ninguém saiba. Ou de deixar um perfil em sites de relacionamentos buscando uma transa quente, sem que nossos pais (que hoje estão mais interados das novidades tecnologicas que nós) tenha acesso a isso.

Um bom remédio para não endoidar é ignorar algumas coisas e tentar disponibilizar o mínimo de informações pessoais em qualquer parte da internet e até do seu computador. Afinal, quem me garante que aquela história que foi divulgada ha um tempo atrás, de que a microsoft instalou disposivos de rastreamento e monitoração em tempo integral de tudo que voce faz no computador, não é verdade.

A prova de que é quase impossível se esconder se você já teve algum contato com a internet aconteceu durante minhas férias. Vou contar para vocês...

Em Foz do Iguaçu, durante uma parada no Centro para meus amigos Leandro e Patrícia irem ao banco, um fato inusitado aconteceu. Quando saiu do carro, sem querer, a pati se enroscou na alça da sua maquina fotografica e, sem perceber, a derrubou na rua. Ninguém percebeu. Eu arranquei com o carro para dar a volta na quadra. Olhando pelo retrovisor, esperando o sinal abrir, vi um cara se abaixar, pegar algo no chão, e abrir um largo sorriso. Aquilo me chamou a atenção, ainda não sei bem porque. Foi um pressentimento, um sexto sentido, sei lá.

O cara entrou em um carro e saiu, passando ao lado do meu carro. Por instinto, falei para minha noiva anotar a placa. Ela, rindo, anotou e eu, sem botar muita fé, ri também. Quando Le e Pati voltaram para o carro, adivinha... Ela tinha derrubado a maquina na rua e não é que o cara pegou e entrou naquele carro?

Muito bem. Imediatamente começamos uma jornada investigativa. Pela placa do carro, rapidamente descobrimos o nome do proprietario do veiculo (com a ajuda de contatos no Detran). Tentamos levantar mais informações sem usar a rede e não conseguimos. Chegando no hotel, o casal foi na internet e digitou o nome da mulher (dona do carro) no google. Chazamm... Pirilimpimpim... Cabum... Eles descobriram quase tudo sobre a mulher. Nome de parentes, que ela estava inscrita em concursos publicos, endereço e telefone.

Fomos no local, mas a mulher e o marido (que tinha um tempra, nome do referido carro) haviam se mudado. O telefone nao existia mais. Conversamos com vizinhos e levantamos algumas informacoes... Na lista telefonica, achamos pessoas com sobrenomes iguais e tentamos uma ligacao. No primeiro contato, descobrimos que o cara que atendeu era irmão na mulher em questão. Descobrimos o endereço e fomos lá.

Imaginem a cara do cara quando expliquei a história. Eles, até hoje, não sabem como descobrimos tudo aquilo. A máquina, estava com o Beiço (amigo do motorista do tempra, que encontrou a maquina). Marcamos para o dia seguinte e menos de 24h depois, recuperamos a camera.

Tudo ali, na internet. Privacidade é o cacete.

Hoje procurei pelo telefone de uma fonte para uma matéria e ninguem tinha. Digitei o nome do cara no google e pá... telefone e e-mail à minha disposição. É... definitivamente não estamos mais sozinhos nesse mundo.

02 fevereiro 2009

fé...

Por formação religiosa familiar, sou católico apostólico romano. Confesso que não praticante com fervor, mas já tive meus dias. Época boa, infância feliz, catequese, coral infantil e festas juninas de igreja. Churrascão de domingo.

Aos poucos meu interesse e minha frequência nas igrejas diminuiu consideravélmente. A inúmera série de perguntas sem respostas e, principalmente, por não concordar 100% com algumas das doutrinas pregadas pelo catolicismo, me afastaram do convívio dominical com a igreja.

Minhas dúvidas sobre a real missão do catolicismo vão longe. Eu, por exemplo, sou quase um seguidor do Dan Brown, autor de O Código da Vinci e demais best-sellers. Acho que Jesus foi um homem comum, que conseguiu cativar, emocionar e deixar discipulos, tamanha sua fé e determinação. Mas que foi um homem, semelhante a nós (como a bíblia sempre fez questão de afirmar).

O pé atrás com o catolicismo não é só meu. Com o crescimento de outras religiões, as igrejas foram ficando cada vez mais vazias e a minha particularmente, São Pedro e São Paulo, no Tingui, bate recordes de desistência. Para se ter uma idéia, na minha época, as missas das 10h30 de domingo eram as mais concorridas. Parte de mim acredita que os fiéis iam só para me ver cantar as belas canções religiosas, mas a verdade é que a fé das pessoas era outra. Neste último domingo (e em outros que fui recentemente), a igreja estava vazia, com meia dúzia de gatos pingados).

Hoje o catolicismo é triste. Segue-se com o mesmo discurso de que temos que viver uma vida de penitência para pagarmos o que jesus sofreu por nós. É uma divida, que na minha opinião, pode ser paga de outra forma. Se tudo que prega a bíblia for verdade, considero o que jesus fez foi nos dar uma chance para vivermos melhor e com mais igualdade. Não para sofrermos e temermos a Deus.

Os padres de hoje em dia, salvo raras excessões, também não ajudam. Rezam a missa no mesmo ritmo que os antigos sacerdotes. Com o sotaque polonês e tudo. O sermão fala dos problemas da galiléia e não usam como exemplos as coisas do nosso dia-a-dia. Não há fé que resista. As músicas, por exemplo, também "pioraram". Tentam modernizar a coisa incluindo guitarras e amplificadores, mas cantam letras que, por vezes, tem trechos em latim (ou aramaico, sei lá).

Adoraria educar meus filhos com base no catolicismo, mas não sei não. Hoje, as vezes, me pego acreditando que a igreja só existe para manter a fé nos seus trilhos econômicos... "Quebre uma pedra, e eu estarei lá. Rache uma madeira, que estarei lá". Jesus, Deus ou a fé não precisam de uma "casa" para nos influenciar.

... ah, para quem acha que eu não acredito em Deus, quem mais teria "as moral" de fazer isso aqui embaixo? Não preciso dizer...Estive lá e comprovei que "o cara" é foda.


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