03 março 2009

tijolo na sapatilha...

Para o pessoal da astrologia, existe o tal de Inferno Astral. É um período em que só acontece cagada na vida do caboclo. Eu não sou muito de acreditar em horóscopo, astrologia e afins. Sou daqueles que acredita quando as previsões são boas, se é que alguma vez elas não são.

De qualquer forma, eu acreditando ou não, os dias que antecederam meu aniversário foram uma bosta, em sua grade maioria. Desde pequenas coisas, até um furo no meu orçamento por problemas com o meu carro. Esperei, ansiosamente, que o período de desgraças passasse e hoje acredito que tudo está mais calmo. Ainda sinto o reflexos do conserto do carro, mas vou me recuperando.

O problema é você se deparar com desgraças ainda maiores e aí se dar conta de que aquilo que você julgava serem problemas, não passavam de pequenos contratempos.

Dia desses saí tarde da firma. Isso acontece quando vamos fazer os jogos durante a noite. Como não existem ônibus circulando com frequencia depois da meia-noite, ganhamos um vale-taxi para ir para casa.

Proseando com o motorista, pude perceber que aquele ditado (desgraça pouca é bobagem) tem muito sentido. Minutos antes de me apanhar no jornal, o cara tinha sido assaltado por dois "meliantes". Os caras, bem vestidos, educados e "faladores", pediram a corrida até a região da Sanepar, perto do parque dos Peladeiros. Na hora de acertar a corrida, cano no pescoço e assalto anunciado.

Todo a grana arrecadada na noite árdua de trabalho foi levada, além dos costumeiros R$ 80ão que se usa para troco. Dois celulares e um relógio. Os bandidos, simpáticos, falaram que o cara podia ficar tranquilo que eles nao fariam nada que o machucasse. Tentaram levar o GPS que o taxista tinha no carro, mas atendendo aos pedidos do profissional do volante (que é novo n serviço e ainda não conhece a cidade direito) deixaram a ferramenta de trabalho. "Pior, tive que agradecer aos caras por nao terem levado o GPS. Pior ainda, quando eles iam saindo disseram que a vida está difícil e por isso eles tem que roubar".

Mesmo com marca do cano do 38 no pescoço e pernas que mal apertavam o acelerador, o valente taxista foi para a lida. Ignorou as recomendações da "central" e foi tentar recuperar o que foi perdido. Vida dura, vida difícil.

Enquanto me contava essa história, o cara me dispara essa: "Porra... ainda por cima minha mulher me largou essa semana". Puta que o pariu. O cara tava muito fodido. Disse também que dias antes gastou uam grana porque o carro quebrou. Lamentou a dificuldade de levar comida para casa e mimos para o filho (de outro casamento frustrado) e da saudade da mulher que o abandonara dias antes.

Depois de tudo isso, vejo que a pedrinha do meu sapato, pode ser bem menos relevante que o tijolo na sapatinha dos outros.

Reclamar é fácil. Lamentar também. E dar a volta por cima?
.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ainda bem que sempre existe um lado bom nas coisas ruim.... veja so como foi importante a vinda deste taxista para melhorar o seu humor, espero que depois dessa você acredite que finalmente chegou ao fim essa maré de azar, e possa se concentrar melhor nas coisas boas que estão acontecendo na sua vida, como um noivado com a mulher que você e a aquisição da sua residência.

Abraços do seu amigo,

Anônimo disse...

dudu, nobre... eu tenho percebido e depois de 31 anos aprendi que muito do inferno astral é uma condição que nos me impomos, uma forma de autopiedade ou algo assim. Mas para muitos, é um castigo de algum deus. E para tantos outros, sabe lá o que é. Na real, uma de minhas alegrias é ler textos seus, pois, puta merda, véio, como podes passar esse sentimento de um taxista desconhecido dessa forma?

to de volta na leitura... abraço e melhoras para a caranga...

Anônimo disse...

véio... esses dias caíram na minha havaianas: um paralelepípedo, um tijolo e uma pedra pontuda.
Sabe o que eu fiz? Na hora daquela dor dos infernos, fui e chutei cada uma... Cagado, cagado e meio... Mas tem horas que pesa..