30 julho 2008

somos insensíveis

Nessa semana, assim como durante um dia na semana passada, estou nos braços da geral. Por um remanejamento na equipe, deixei a editoria de esportes temporariamente e tenho escrito matérias dos mais variados temas. Desde prisão de uma quadrilha, passando por vetos do prefeito Beto Richa, impugnação da candidatura do prefeiro Silvio Barros (também em Maringá) até a confirmação de que os restos mortais achados no Rio de Janeiro eram do padre Adelir de Carli, o padre voador.

Sempre tratei do assunto com um bom humor sádico. Na verdade, como a maioria, acompanhei todo o desenrolar da história pela imprensa (da qual também faço parte) e achei a aventura uma burrada. Como a maioria, ri das inúmeras piadas criadas sobre o fato e achei graça da repercussão internacional do fato.

Mas hoje me dei um tapa na cara. A pauta sobre a confirmação da morte do padre caiu nas minhas mãos e fui atrás dos fatos. Conversei com o Moacir (irmão do padre) e com o bispo de Paranagua (além de alguns outros parentes do padre, como sobrinhos e primos). Cara... somos crueis. Eu senti na voz do Moacir como a morte do Adelir ainda dói e doerá por muito tempo.

Um homem cansado, sofrido e com a missão ingrata de falar sobre a morte do irmão com estranhos do Brasil inteiro. Ao mesmo tempo, que eu engolia seco diante da dor de Moacir, eu sentia um tom de alívio, de "graças a Deus que é ele". Por óbvio a confirmação põe um ponto final na triste história e Adelir ganhará um enterro digno. A dor de uma família, finalmente, poderá se transformar em saudade.

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